Enquanto no Downstream (delivery) temos trabalho com o qual o time já se comprometeu, em Upstream temos opções. O ponto de compromisso (casamento com a demanda 🙂 ) marca a fronteira entre Upstream e Downstream.
Nossa capacidade de ter ideias e gerar oportunidades é muito maior que a capacidade de convertê-las em itens prontos, por isso, Upstream é como um “funil com filtros” onde opções são analisadas, refinadas, descartadas, estudadas e selecionadas para que o trabalho seja realizado.
A análise e gerenciamento do Upstream e Downstream colaboram para um fluxo mais sustentável, eficiente e eficaz, de ponta-a-ponta, integrando a equipe de desenvolvimento com a área de negócios.
No vídeo a seguir (parte da palestra “Upstream Kanban”) eu explico a imagem.
Descartado
É esperado que opções sejam descartadas, em qualquer etapa do Upstream. No delivery evitamos “desfazer um casamento”, enquanto Upstream é um “namoro” que pode não dar certo. 🙁
Mais importante do que “saber o que fazer” é “saber o que não fazer”, seja por motivos de custo, valor agregado, mudanças no mercado ou simplesmente por se tratar de uma ideia ruim.
Limites de WIP (mínimo e máximo)
Para termos um fluxo saudável, devemos ter opções disponíveis para a seleção e conversão em delivery. Um limite mínimo garante que sempre existe trabalho para ser realizado, enquanto o limite máximo traz os mesmo benefícios conhecidos em downstream – “pare de começar, comece a terminar”.
Refinamento
Conforme opções são analisadas, itens podem ser divididos em funcionalidades menores e íntegras. Épicos, features e histórias são refinadas para contemplarem a definição: “Entre cachorro e camelo, são todos animais. Evite ratos e elefantes”. Um elefante pode ser “quebrado” entre um cavalo e uma vaca, por exemplo – animais inteiros (itens funcionais).
Definition of Ready
O fluxo apresentado na Upstream Kanban Picture é um exemplo, porém, a coluna “Pronto para Replenishment” faz sentido em qualquer cenário. Itens nesta coluna estão em “Definition of Ready”, ou seja, existe clareza sobre o que deve ser construído. A seleção é realizada no replenishment. “A noiva está pronta, aguardando o casamento”.
Fluxo Não Linear
Em downstream evitamos “voltar cartão” no quadro, em upstream isso não acontece. A necessidade de análise, refinamentos e estudos faz com que o fluxo upstream não seja linear. Acontecem idas e vindas, descartes e “quebras” de itens.
Customer Lead Time
Esta métrica apresenta a contagem de dias entre uma necessidade do cliente e o cumprimento da solicitação. Avalie em qual etapa do trabalho existe minimamente uma definição de que a necessidade realmente existe, para iniciar a contagem e observar em quanto tempo a solicitação é atendida. A análise do Customer Lead-Time com o Lead-Time de Delivery é fundamental para a melhoria do fluxo como um todo, atendendo o cliente satisfatoriamente.
Service Request Manager (SRM)
Papel sugerido no Método Kanban, o Service Request Manager gerencia o fluxo de trabalho em upstream e a cadência de replenishment. Enquanto o Service Delivery Manager (SDM) está mais focado na eficiência em downstream, o SRM atua principalmente na eficácia do sistema, buscando a seleção dos melhores itens funcionais a serem desenvolvidos no momento.
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